No dia 26 de julho é comemorado o Dia Internacional para a Conservação do Ecossistema de Manguezais. Esse importante ecossistema é característico de regiões tropicais e subtropicais e se localiza no encontro de águas de rios com a água do mar ou diretamente expostos à linha costeira, sendo geralmente associado às margens de baías, barras, enseadas, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras. Formado por árvores de raízes aéreas e outras espécies arbustivas, é capaz de resistir ao fluxo marítimo e, consequentemente, ao sal da água do mar.
Considerados ecossistemas-chave devido a sua riqueza em recursos naturais e aos serviços ambientais que oferecem, os manguezais possuem uma grande diversidade e abundância de plantas, artrópodes, moluscos, peixes, aves e micro-organismos, totalizando cerca de 800 espécies (1). O Brasil possui extensas áreas de manguezais ao longo de sua região costeira, da foz do Rio Oiapoque, no estado do Amapá, até as divisas de Laguna, no estado de Santa Catarina, cobrindo de 10 mil a 25 mil km2, o que representa de 6 a 15% dos manguezais no mundo (2).
Os manguezais possuem um papel importante na preservação da qualidade da água doce e salgada e na redução da poluição por filtragem de materiais em suspensão e assimilação de nutrientes dissolvidos, na ciclagem de nutrientes, na cadeia alimentar marinha, na proteção à prole de diversas espécies que se reproduzem ali, na estabilização de sedimentos de fundo e na melhoria da qualidade da água, além de apresentarem condições ideais para a reprodução da fauna aquática. A proteção dos manguezais também ajuda no combate às mudanças climáticas, à medida que esses ecossistemas são uma proteção natural contra tempestades tropicais e evitam a inundação de campos agrícolas pela água do mar. Além disso, também ajudam a evitar que o CO2 entre na atmosfera pela capacidade de armazenar o gás carbônico da atmosfera.
No entanto, mesmo sendo reconhecidos como áreas de preservação permanente (APP), esses ecossistemas encontram-se ameaçados devido à carcinicultura desordenada e ilegal, a expansão de áreas urbanas, turismo e pesca predatórios, poluição por petróleo e esgoto e corte de madeira de árvores de mangue, entre outros. Os desequilíbrios ecológicos provocados pela atividade humana afetam a biodiversidade e comprometem os meios de vida das populações tradicionais que dependem desses recursos para sua subsistência.
Uma das ferramentas para análise do avanço ou preservação dos manguezais é seu monitoramento permanente, que envolve análises de imagens de satélite, análises fitossociológicas da situação da comunidade, análises físico-químicas, entre outras. Em atividades industriais potencialmente poluidoras, as exigências de monitoramento podem ser parte integrante das condicionantes de licenças ambientais (3). A partir dos resultados do monitoramento é possível traçar planos de ação para o combate das áreas ameaçadas.
Desta forma, os profissionais da Química têm um papel importante nessa atividade, atuando em análises físico-químicas, por exemplo, para verificação das condições físico-químicas do meio e as possíveis implicações com as espécies de fauna presente, na análise de composição físico-química dos solos.
Fonte:
- https://www.ecycle.com.br/manguezais/
- https://saneamentobasico.com.br/outros/geral/poluicao-ameacam-manguezais/
- https://www.gov.br/mma/pt-br/noticias/mma-lanca-projeto-para-conservacao-dos-manguezais