Pesquisador analisa interseção entre bioeconomia, economia circular e Química

Membro de Câmara Técnica do CRQ-III, professor foi convidado pela organização do evento para fazer a palestra

Durante o 1º Encontro de Cooperação dos Programas de Pós-Graduação em Química (EPQuim), que aconteceu em São Luís (MA), de 12 a 15 de março, o professor titular do Departamento de Engenharia Química do Instituto Militar de Engenharia (IME) e membro da Câmara Técnica de Cosméticos, Fármacos e Saneantes do Conselho Regional de Química -Terceira Região (CRQ III), Valdir F. da Veiga Júnior, destacou importância da bioeconomia e a economia circular na criação de uma sociedade mais consciente e tecnologicamente avançada.

O professor ressaltou a necessidade de uma abordagem colaborativa entre academia e sociedade para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico.

“A missão do grupo de pesquisa é ser um elo que possibilite a interação entre a riqueza da bioeconomia e as necessidades da sociedade, sustentando um envolvimento entre a universidade e a sociedade que permita gerar e distribuir riqueza, com ciência e tecnologia. Essa é a missão, é isso que a gente pensa em cada um dos nossos projetos.”, enfatizou.

Segundo ele, existem muitas formas de bioeconomia, mas é fundamental considerar os impactos sociais e ambientais ao desenvolvê-la. Em sua análise crítica, destacou como a pressão do comércio pode distorcer os objetivos dessa iniciativa sustentável, levando a práticas injustas e prejudiciais para as comunidades locais.

“Será que o excesso de comércio realmente beneficia a população ou contribui para uma economia insustentável e desigual?”, questionou.

Ele trouxe ainda um panorama sobre como garantir a qualidade dos produtos da bioeconomia e evitar a exploração desenfreada dos recursos naturais, além de defender a diversificação e a valorização das características únicas de cada produto, em vez de seguir o paradigma de commodities de baixo valor agregado.

Desenvolvimento sustentável

Além disso, ele alertou para os perigos do greenwashing, que consiste em empregar estratégias de marketing para sugerir ações indevidas de sustentabilidade, destacando a viabilidade de avaliar a perspectiva e os desafios de cada cadeia produtiva.

“O desenvolvimento econômico deveria ser alcançado sem prejudicar a biodiversidade e o bem-estar social, especialmente em regiões como a Amazônia.”, apontou.

Veiga Júnior compartilhou exemplos de iniciativas inovadoras, como as biofábricas flutuantes na Amazônia, que visam promover o desenvolvimento sustentável através da utilização eficiente de recursos locais.

No encerramento do debate, o coordenador apresentou possibilidades para o desenvolvimento de práticas empreendedoras, trazendo um aspecto amplo sobre o futuro da bioeconomia.

“Tudo isso depende do compromisso de todos, desde agricultores, profissionais da Química até os governos. E são as pessoas, os Químicos, que sabem como desenvolver esses projetos. Isso vai permitir que a gente cresça com conservação e respeito a essa sociodiversidade.”, concluiu.

O 1º Encontro de Cooperação dos Programas de Pós-Graduação em Química (EPQuim) teve como objetivo debater os desafios e perspectivas para o crescimento e a consolidação da graduação e pós-graduação em Química. A programação contou com minicursos, palestras e apresentação de trabalhos na forma oral e em pôster, além de debates sobre expansão e consolidação de linhas de pesquisa, cooperação científica e estratégias para despertar maior interesse dos graduandos de Química na pós-graduação no Maranhão.